Afinal, quem somos nós, os brasileiros? À primeira vista, a resposta para essa pergunta é fácil: somos o produto da miscigenação entre os colonizadores portugueses, os índios que aqui viviam e os africanos trazidos como mão-de-obra escrava, além dos imigrantes que chegaram entre os séculos 19 e 20 – como alemães, italianos, japoneses. Até aí, tudo bem. Somos, enfim, um povo mestiço genética e culturamente que, apesar da diversidade, compartilha certos traços em comum.
A questão, porém, fica um pouco mais complicada quando se trata de buscar a essência do que se convencionou chamar de caráter nacional, aqueles traços que explicam uma série de comportamentos que costumamos encarar com naturalidade mas que, quase sempre, causam surpresa entre os estrangeiros.
“Não é só um estereótipo. As pessoas aqui se relacionam com mais afetividade. Os brasileiros conversam na rua, enquanto na Europa o silêncio predomina nas estações de ônibus e metrô”, diz o jornalista espanhol Juan Arias, que há 7 anos vive no Rio como correspondente do jornal El País. “Mas fiquei chocado com a burocracia kafkiana para tirar o visto de permanência após casar com uma brasileira. Foram mais de 600 dias de espera, 6 quilos de documentos e a insinuação de que tudo poderia sair rapidamente se pagasse 8 mil reais.”
Brooke Unger, correspondente da revista inglesa The Economist em São Paulo, é mais um que se diz a um só tempo encantado e estarrecido com certos traços do povo
brasileiro. “Quando cheguei ao Brasil pela primeira vez, vi garis em um desfile pelas praias do Rio, numa cena impensável para um americano.” Em compensação, ele diz não entender a espécie de amnésia coletiva diante de casos graves de violência e impunidade. “A maioria dos brasileiros sabe mais sobre o atentado terrorista do dia 7 de julho, em Londres, do que sobre a chacina na Baixada Fluminense que matou 29 pessoas no dia 31 de março.”
Criativo ou enrolão, extrovertido ou indiscreto, cordial ou malandro, maleável ou corruptível?
Após mais uma enxurrada de denúncias de corrupção – com direito a atuações picarescas como as do deputado Roberto Jefferson – a discussão sobre a essência do nosso caráter volta à berlinda. De onde vem nosso jeitinho, nossa informalidade (aqui, até o presidente da República é tratado pelo apelido), nossa naturalidade diante da miséria, nossos preconceitos, nossa capacidade de depositar fé em mais de uma religião?
No século 20, livros como Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda e Formação do Brasil Contemporâneo, de Caio Prado Júnior, tentaram responder a algumas dessas perguntas. Mas as interpretações clássicas sobre o que é o
brasileiro seguem válidas hoje?
“A base dessas interpretações ainda é essencial, mas é preciso lembrar que o chamado caráter de um povo é algo que muda a cada instante”, diz a antropóloga Lilia Schwarcz, da USP.
Se o Brasil (e, por extensão, o
brasileiro) “não é para principiantes”, como disse Tom Jobim, a Super, com ajuda de alguns dos principais especialistas em nossas origens, preparou um pequeno guia para entendermos mais por que somos assim – da genética ao jeitinho.
Por que temos essa cara
Que o
brasileiro é miscigenado, é algo que se vê. Mas quanto? Em que proporção? Ainda no império, a mistura de etnias costumava horrorizar os europeus que desembarcavam aqui. Na época, influenciados pelas teorias raciais, eles viam na miscigenação uma ameaça de degeneração de todas as raças que viviam no país. Hoje, os biólogos já descartaram o próprio conceito de raça. Os pesquisadores sabem que há tantas variações genéticas em um grupo com traços físicos em comum que a noção de raça perdeu seu sentido – o rastreamento da herança genética é feito por meio de análise do DNA.
No Brasil, o principal mapeamento de nossos mais de 500 anos de miscigenação é comandado pelo geneticista Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais. Após pesquisar mais de 300 amostras genéticas de brasileiros de diversas regiões do país, isolando os traços praticamente inalteráveis transmitidos de pai e mãe para filho e filha durante séculos, os pesquisadores mineiros tiveram algumas surpresas.
A primeira foi a diferença entre a carga genética dos antepassados paternos e maternos. Enquanto a maioria das linhagens paternas dos brasileiros brancos é de origem européia (cerca de 90%), grande parte das linhagens maternas é de origem ameríndia e africana (cerca de 60%). Ou seja: a maioria tem traços europeus herdados dos antepassados masculinos e traços índigenas e africanos herdados da mãe. A ciência comprova que o colonizador europeu não se fez de rogado em ter uma prole numerosa com escravas e nativas.
A segunda surpresa está relacionada à falta de relação entre a cor da pele e a origem genética dos brasileiros. “A cor, no país, diz pouco sobre a origem de uma pessoa”, diz Sérgio Pena. “Cerca de dois terços das amostras genéticas de pessoas de cor branca não eram de origem européia.” Esses dados revelam que, no Brasil, a classificação de pessoas pelo aspecto físico é inútil, já que, geneticamente, muitos brancos podem ser considerados negros... e muitos negros podem ser considerados brancos.
Por que falamos assim
Ninguém contesta: no Brasil, a língua portuguesa reina absoluta. Mas o que faz com que os brasileiros se comuniquem de forma tão diferente da de pessoas de outros países, inclusive de Portugal? Por que, quase sempre, preferimos tirar alguma dúvida pessoalmente do que lendo o manual de instruções?
Segundo a pesquisadora Eni Orlandi, do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, a preferência pela língua falada no Brasil não estaria apenas ligada a um traço psicológico ou às altas taxas de analfabetismo do país. “Minha tese é de que essa preferência vem do fato de que convivemos durante séculos com 2 línguas: a portuguesa, usada nos documentos, e a chamada língua geral (o tupi adaptado pelos jesuítas para converter os índios), falada no dia-a-dia, dentro das casas”, diz Eni.
Como a língua geral não era escrita, ela acredita que estaria aí a origem de nossa tendência para resolver qualquer coisa na conversa. “Diferentemente do que muita gente leu nos livros escolares, a influência do tupi em nossa língua não ficou restrita a alguns vocábulos como abacaxi, jibóia, açaí”, diz. “A língua geral teve um papel decisivo, ainda que não tenhamos consciência disso, em nossa forma de falar.”
Não fosse por um decreto do marquês de Pombal, em 1757, impondo a língua portuguesa e proibindo a disseminação do tupi (e por tabela, o poder de ação dos padres jesuítas), essa influência poderia ter sido ainda maior. “A medida foi decisiva para criar uma unidade lingüística com base no português”, diz Bethania Mariani, pesquisadora da Universidade Federal Fluminense. “Ela pôs fim à diversidade de línguas no país, permitindo um controle maior de Portugal sobre a colônia”, afirma a pesquisadora.
Caso a decisão de Pombal não fosse bem-sucedida, é possível até que o Brasil hoje tivesse 2 línguas oficiais: o português e o tupi. “Mas não sei, sinceramente, se isso seria bom”, diz Eni Orlandi. “Afinal, isso poderia criar mais uma divisão social no país. De um lado, o tupi provavelmente seria a língua das camadas mais pobres da população, enquanto o português seria usado pela elite, que não raro abusa do bacharelismo como instrumento de exclusão social.”
Bacharelismo é o tom pouco objetivo e pomposo ainda presente no discurso de boa parte dos políticos brasileiros. Ele teria origem, segundo os historiadores, na preferência da elite do século 19 pelo diploma de bacharel em direito, o principal passaporte para ocupar cargos públicos no país desde o Império.
Para o gramático Ulisses Infante, ainda permanece no Brasil a falsa idéia de que o “falar e escrever difícil” são sinônimos do uso adequado da língua. “Só recentemente alguns membros do judiciário parecem ter se dado conta de que não faz nenhum sentido escrever sentenças em um estilo indecifrável.”
Por que somos malandros
Aconteceu em 1943, após uma visita de Walt Disney ao Brasil, como parte da política de “boa vizinhança” dos EUA que visava reforçar os laços com os sul- americanos durante a 2a Guerra Mundial. Naquele ano, Pato Donald apresentaria um novo companheiro no filme Alô, Amigos: seu nome era Joe Carioca, para os americanos, ou Zé Carioca, para os brasileiros, um simpático e falante papagaio. Dali em diante, a imagem do
brasileiro se firmava como a de uma espécie de bon vivant tropical, cheio de ginga, que não se adaptava a empregos formais e vivia de “bicos”.
Mas, muitos anos antes de ganhar o mundo, a figura típica do “bom malandro” já estava presente no imaginário do Brasil. A antropóloga Lilia Schwarcz, pesquisadora do tema, diz que o advento do malandro está vinculado à questão racial no país. O malandro seria a figura do mulato
brasileiro que dribla o preconceito e consegue uma certa ascensão social por meio de favores conquistados com ginga e simpatia.
Antes de Zé Carioca, as desventuras do personagem Macunaíma, de Mário de Andrade, lançado em 1928, já haviam revelado a essência malandra e mestiça do caráter nacional. Para o crítico Antônio Cândido, o primeiro malandro da nossa literatura teria nascido muito tempo antes, ainda no século 19, com o personagem Leonardo Pataca, do livro Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
Mas se a figura do malandro surge como uma estratégia criativa de sobrevivência para ex-escravos, descendentes de escravos, enfim, todos aqueles que não se transformaram em cidadãos logo após a abolição, como entender a malandragem presente também na elite nacional? O que faz com que o deputado Severino Cavalcanti, presidente da Câmara dos Deputados, em pleno século 21, faça a defesa do nepotismo – conseguindo empossar seu filho para um posto importante do governo, apesar de toda a indignação da opinião pública?
Em 1936, o historiador Sérgio Buarque de Holanda dedicou um dos capítulos do seu livro Raízes do Brasil ao estudo do chamado “homem cordial”, termo usado então para tentar explicar o caráter do
brasileiro. Um dos traços do
brasileiro cordial era, segundo o historiador, a propensão para sobrepor as relações familiares e pessoais às relações profissionais ou públicas. O
brasileiro, de certa forma, tenderia a rejeitar a impessoalidade de sistemas administrativos em que o todo é mais importante do que o indivíduo. Daí a dificuldade de encontrar homens públicos que respeitem a separação entre o público e o privado e que ponham os interesses do Estado acima das amizades.
Para diversos pesquisadores, isso se explicaria pelo fato de que, durante boa parte da colonização do país, o Estado se confundia com a figura do senhor de engenho, do fazendeiro de café e, anteriormente, com os próprios donatários das capitanias hereditárias. Ou seja: a decisão sobre a vida e a morte de um escravo, por exemplo, era uma decisão de cunho tão privado como a escolha do mobiliário da fazenda pelo senhor e sua família, cuja autoridade estava acima de qualquer outra lei.
Talvez por isso, quando a amizade e o jeitinho não funcionam, é normal ouvir-se um ríspido e autoritário “Você sabe com quem está falando?”, como diz o antropólogo Roberto DaMatta.
Em seu livro Carnavais, Malandros e Heróis, o antropólogo descreve o dilema herdado pelo
brasileiro. De um lado, nos submetemos a um sistema de leis impessoais cuja obediência nos países ricos nos causa inveja e admiração. Internamente, contudo, encaramos essas leis como uma espécie de estraga-prazeres – e os burocratas, sabendo disso, parecem muitas vezes aplicá-las para dificultar a vida do cidadão. De outro lado, existiria o sistema da nossa “rede de contatos”, em que impera o parentesco, a amizade ou qualquer ligação pessoal que drible a lei. Trocando em miúdos: a lei é vista – e muitas vezes aplicada – como um castigo e para fugir desse castigo vale a malandragem, o jeitinho.
Por que toleramos a desigualdade
Não teve jeito. Por mais que o correspondente do jornal espanhol El País tentasse, a diarista de sua casa não aceitou a idéia de almoçar à mesa com ele e sua esposa. “Para ela, isso é impensável”, diz Juan Arias. “Só depois percebi a relação ambivalente que o
brasileiro tem com as pessoas que trabalham em sua casa.”
De um lado, a intimidade quase familiar com a empregada doméstica. De outro, direitos trabalhistas muitas vezes desrespeitados e a restrição à área de serviço. “Mesmo em edifícios modernos, a chamada área de serviço permanece como uma herança da senzala”, diz o arquiteto Nestor Goulart Reis Filho, autor de Quadro da Arquitetura no Brasil. “A escravidão deixou marcas não só na arquitetura e no urbanismo, como em toda a vida do
brasileiro.”
Uma das mais perniciosas heranças escravagistas teria sido a naturalidade com que se convive com a miséria no Brasil. “É como se a escravidão tivesse feito com que o país se acostumasse com a existência de cidadãos de primeira e de segunda classe”, diz a antropóloga Lilia Schwarcz. “Essa convivência com a desigualdade durante séculos faz com que as pessoas não se comovam mais com a miséria.”
Estima-se que mais de 4 milhões de escravos tenham vindo da África para o Brasil entre os séculos 16 e 19. No Rio imperial, viajantes estrangeiros já observavam como a escravidão marcava a vida dos brasileiros.
O inglês Thomas Ewbank escreveu suas observações sobre o Brasil quando esteve no país, em 1846. Em um dos trechos do seu livro Vida no Brasil, ele conta, por exemplo, como a escravidão no país tornava todo tipo de trabalho manual desonroso:
“Ao interrogar um jovem nacional de família respeitável e em má situação financeira sobre por que não aprende uma profissão e não ganha a sua vida de maneira independente, há 10 probabilidades contra 1 de ele perguntar, tremendo de indignação, se o interlocutor está querendo insultá-lo! ‘Trabalhar! Trabalhar!’ – gritou um deles. ‘Para isso temos os negros’.” Em compensação, o viajante inglês escreve que trabalhar para o Estado, mesmo com um salário irrisório, era motivo de orgulho. “Ser empregado pelo governo (...) é honroso, mas descer abaixo de empregos do governo, mesmo para ser negociante, é degradante”, diz o viajante, sem saber que o desdém pelas profissões técnicas e o sonho do emprego público ainda valeriam em muitas regiões do país em pleno século 21.
Por que misturamos tudo
No início do século 20, o futuro parecia literalmente negro para os intelectuais brasileiros que sonhavam em reproduzir por aqui a civilização européia. E não era para menos. Se as teorias da época pregavam que a mistura de raças degradava o povo
brasileiro, estava claro que a miscigenação era irreversível.
Os esforços de urbanização e saneamento falhavam em fazer das nossas cidades uma reprodução das capitais civilizadas do mundo. No Rio, por exemplo, os destroços dos velhos cortiços derrubados para a construção de grandes avenidas no estilo parisiense serviam de material para os sem-teto construírem moradias improvisadas nos morros, dando origem às primeiras favelas cariocas.
Qual a imagem que sobressairia do país? A urbanizada, branca, européia, ou a negra, favelada, africana?
“Foi a imagem do mulato que prevaleceu”, diz a antropóloga Lilia Schwarcz. De acordo com ela, isso ocorreu por vários motivos. O primeiro deles teria sido a aceitação, pelos pensadores do país, de que a presença africana em nossa formação era algo positivo. O marco dessa mudança de olhar teria aparecido com a publicação de Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, em 1933. Muito antes do advento da genética moderna, Freyre já escrevia que: “Todo
brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma e no corpo a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro.”
Na
cultura, o movimento iniciado com a Semana de Arte Moderna de 1922 também já havia absorvido essa identidade mestiça na obra de artistas plásticos como Tarsila do Amaral e escritores como Mário de Andrade, o pai de Macunaíma. Só faltava mesmo o governo assumir que éramos, enfim, um país mestiço.
“Isso ocorreu com o advento do Estado Novo de Vargas, em 1937”, diz Lilia Schwarcz. “É quando a capoeira vira esporte nacional, o samba passa a ser a música brasileira por excelência e a feijoada, com o preto do feijão e o branco do arroz, o verde da couve e o amarelo da laranja, se torna o prato oficial do
brasileiro.” Anos depois, a música Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, consagraria nossa identidade mestiça cantando as virtudes do nosso “mulato inzoneiro” para o mundo. A diversidade de raças,
cultura e até mesmo de religião – em que outro país alguém pode ser um pouco católico, um pouco espírita e ter medo de encruzilhadas? – deixava de ser motivo de vergonha para se tornar motivo de orgulho, assim como os jogadores da seleção brasileira.
A nova cara do Brasil
Mas qual será a cara do
brasileiro no século 21? “Acredito que algo está mudando”, diz a antropóloga Lilia Schwarcz. “A população parece menos propensa a aceitar o jeitinho quando ele significa a promiscuidade entre o privado e o público”, afirma. “Mas é claro que isso varia de região para região no país, e ainda é cedo para dizer se essa mudança é para valer ou é de superfície.”
Segundo Lilia, um dos erros do
brasileiro é acreditar que precisamos nos tornar sisudos e impessoais para fazer com que o país se desenvolva e todos tenham acesso à cidadania. “Acho que esse é um falso dilema”, diz a antropóloga.
“Se nossa malandragem se restringir ao nosso lado bem-humorado, autocrítico e tolerante, e ficar fora da política, então não há com que se preocupar”, afirma ela. “Os holandeses, por exemplo, conseguem ser flexíveis e rir de si mesmos sem que isso signifique desrespeito às leis.” O jornalista espanhol Juan Arias concorda. “Por muito tempo, os espanhóis também acreditavam que não conseguiriam ser desenvolvidos como as nações vizinhas sem perder a sua identidade ibérica e católica”, diz. “Mas tanto a Espanha quanto a Irlanda e outros países viriam a descobrir que o problema não era de identidade, mas de falta de acesso da população a educação de qualidade, emprego – enfim, de cidadania.”
Como o brasileiro vê a si próprio?
Como o povo sofre! Essa é a conclusão de uma
pesquisa feita em 1997 pelo Centro de
Pesquisa e Documentação Histórica da Fundação Getúlio Vargas em parceria com o Instituto de Estudos da Religião. Veja as respostas dos entrevistados:
• Sofredor - 74,1%
• Trabalhador - 69,4%
• Alegre - 63,3%
• Conformado - 61,4%
• Batalhador - 48,0%
• Solidário - 46,1%
• Revoltado - 42,3%
• Pacífico - 40,4%
• Honesto - 36,2%
• Malandro - 30,8%
• Violento - 28,5%
• Preguiçoso - 24,0%
• Egoísta - 21,6%
• Desonesto - 17,2%
fonte: Superinteressante - Rodrigo Cavalcante*