Libidinosos e indolentes
Imagem
forjada por viajantes europeus entre os séculos XVI e XVIII foi perpetuada pelos
próprios brasileiros
DESFILE DA escola de samba São Clemente: a imagem do povo festeiro, preguiçoso e libidinoso se cria nos relatos europeus
Uma terra fértil, um clima ameno. Mas colonos preguiçosos, indolentes, libidinosos. Esta é a imagem do Brasil e de seus habitantes forjada entre os séculos XVI e XVIII por viajantes europeus e, posteriormente, perpetuada pelos próprios brasileiros, segundo o historiador Jean Marcel Carvalho França, da Unesp, que está lançando “A construção do Brasil na literatura de viagem”. Fruto de uma pesquisa de quase 20 anos, o livro reúne relatos de 117 viajantes ingleses, franceses, alemães, italianos e holandeses que estiveram no país entre 1591 e 1808. Diferentemente de outros livros, o trabalho de França é baseado também em textos até então pouco conhecidos por aqui, e não apenas nas tradicionais narrativas do alemão Hans Staden e do francês Jean de Lery. Foi a partir dessas histórias, muitas vezes repetitivas, acredita França, que os europeus construíram uma imagem do país. E, como mostra o historiador nesta entrevista, não importa muito se é verdadeira ou não. O fato é que os brasileiros a adotaram como uma definição possível e a perpetuaram.
Roberta Jansen
roberta.jansen@oglobo.com.br
O GLOBO: Qual a imagem do Brasil e dos brasileiros que emerge dos relatos de viagem?
JEAN MARCEL CARVALHO FRANÇA: Os relatos são muito repetitivos, respondem a um mesmo padrão. A repetição é valorizada nesse tipo de relato. Viajantes tendem uns a lerem os outros, formando uma espécie de discurso único. Desse discurso vai emergir um Brasil bastante característico, que varia muito pouco ao longo desse período. De um lado, temos uma natureza, sempre muito pródiga, um solo promissor desde que devidamente explorado, um clima que não impõem o rigor da Europa. Com essa natureza pródiga, um clima ameno, há condições para uma vida agradável, economicamente boa. Por outro lado, aparece a grande mácula do Brasil: o colono. Ele é preguiçoso, não tem apreço pelo trabalho, é dado à luxúria, é ciumento. Isso faz com que a terra, tão pródiga, seja inexplorada, não renda o que poderia render. É a natureza pródiga contra o colono sem muitas virtudes.
A noção de paraíso é recorrente?
FRANÇA: Isso é muito forte na literatura do século XVI em algumas partes da América. O Sérgio Buarque de Holanda, estudando relatos da América como um todo, cunhou essa ideia. Mas, se pegar os relatos do Brasil, essa noção de paraíso aparece indiretamente nos relatos de (Américo) Vespúcio (se há um paraíso, é o mais perto que se pode chegar). A migração da ideia do paraíso bíblico para a América praticamente não aparece nos relatos referentes ao Brasil. E os textos que falam da colonização, já lidam com essa ambiguidade do solo pródigo e o colono que não trabalha. Há sempre esse contraponto entre o bem feito da natureza e o mal feito dos homens.
Terra boa e colono ruim, preguiçoso, libidinoso. Até que ponto nós mesmos perpetuamos essa imagem?
FRANÇA: Esse é um fator muito importante, talvez o mais importante do livro. Quando formamos nossa cultura ao longo do século XIX, nós importamos na formação de nós mesmos uma série dessas ideias. Homens de cultura, de formação europeia, viajantes que passaram posteriormente pelo Brasil já trazendo ideias dos viajantes anteriores, como Debret, foram professores de vários integrantes da primeira elite intelectual brasileira. Eles tiveram uma influência enorme e incorporamos essas ideias na definição que fazemos de nós mesmos. Às vezes é sutil, às vezes tem o sinal invertido. Mas o fato é que certas características atribuídas a nós tiveram vida muito longa em nossa cultura.
Como se deu esse processo?
FRANÇA: O conceito de civilização do século XIX é uma ideia de civilização europeia. Romances do seculo XIX, por exemplo, mostram o povo pouco trabalhador, dado a vícios, que precisa ser europeizado. Os romances são pedagógicos, ensinam a ser um cidadão civilizado para que não se caia na barbárie. Romances do Jorge Amado perpetuam estereótipos da literatura de viagem, como a sexualidade do povo, uma marca muito forte, ou o que chamam de luxúria, os excessos da carne, as mulheres promíscuas, a moralidade fluida no que diz respeito ao sexo. Algumas dessas marcas surgem com sinal invertido, como a mestiçagem positiva em Gilberto Freyre. O que nós somos, em parte, foi formado fora daqui. Uma parte de nossa autoinvenção nos escapa, foi inventada em outro lugar, na Europa, ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII.
Mas por que especificamente essa imagem do sujeito preguiçoso, libidinoso? Há como sabermos até que ponto isso corresponde à realidade?
FRANÇA: Há uma larga tradição de dizer que se trata de uma visão eurocêntrica. Óbvio que é eurocêntrica; se fossem viajantes chineses, seria sinocêntrica. E quando vamos a Portugal, levamos nossa visão brasilocêntrica. Mas podemos contrastar com outras perspectivas. Os relatórios de jesuítas também apontam excessos na questão da sexualidade, mas isso tampouco quer dizer que sejam verdadeiros. No fim, isso não importa. O que importa são as impressões sobre o real. Nesse espaço, as narrativas são muito poderosas na formação do senso comum sobre os brasileiros.
De que forma?
FRANÇA: Somos uma democracia racial de índios, negros e brancos? Não sei. Mas o fato é que esta noção é absorvida até por comercial de cerveja. É verdadeira ou não? É um pouco tarde para isso, já agimos como tal. A cultura não é uma busca por justiça e verdade. Não é iluminista. São verdades brigando para se imporem umas às outras. E quando uma se impõe e a absorvemos, ela ganha estatuto de verdade, se torna importante na formação da cultura. Quando falo da construção do Brasil, correspondendo ou não à realidade, existe um impacto de como os europeus e nós mesmos vamos lidar com isso; essa verdade condicionou nossas ações, começamos a agir daquela forma efetivamente. Agora, poderíamos nos perguntar: essas ideias têm um lastro no real? Lógico que têm. Se fossem de ponta-cabeça, nossa perspectiva do mundo seria outra.
O europeu ainda tem essa imagem do Brasil? E nós?
FRANÇA: Não completamente. Há perdas, mudanças, transformações. O jogo hoje é um pouco diferente. O Brasil não é um país semi-bárbaro, temos uma presença no mundo, um futuro promissor. Mas há traços profundos. Outro dia, vi uma matéria numa revista de turismo americana muito bem editada, com boas fotos. Mas ela tratava o Rio de forma similar à uma narrativa do século XVIII, sobretudo no que dizia respeito à sexualidade das mulheres cariocas. O texto dizia que era certeza o homem ‘se dar bem’, que as mulheres adoravam ‘se atirar aos estrangeiros’ e que eles, na verdade, teriam dificuldade de escolha.
E qual era a imagem dos portugueses a respeito dos brasileiros? Por que os relatos deles ficaram de fora do livro?
FRANÇA: Deixei propositalmente de fora. Primeiro queria falar da construção do Brasil pelos estrangeiros; e, agora, pela literatura portuguesa no mesmo período. Pelo menos 80% dos textos em que há menções ao Brasil são sermões, panegíricos fúnebres, textos dessa natureza. A maior parte só foi publicada uma única vez, em edição simples, e não teve circulação grande. Por isso, o impacto da literatura de língua portuguesa sobre imaginário europeu é mínimo, mesmo sobre os próprios portugueses.
Mas a carta de Caminha não seguiria um pouco a tradição dos relatos dos outros europeus?
FRANÇA: De certa forma. Não tem paraíso, tem clima ameno, natureza verdejante, algumas impressões parecidas. Mas não chega aos pés das primeiras impressões do (Cristóvão) Colombo, que viu uma uma série de coisas mais reluzentes, como sereias. Era um cara culto, que projetou o que tinha lido. Caminha era um escrivão da armada, não um cara culto, não tinha muitas referências.
Esses relatos influenciam a própria literatura, como Robson Crusoé. Isso ajuda a propagara as imagens?
FRANÇA: Claro, até porque, muitas vezes, creio eu, o leitor não distingue uma coisa da outra. Vai ler o Robson Crusoé como um outro relato qualquer.
Como os relatos influenciam os europeus, que passam a se ver em contraste a um povo sem violência, com possibilidades morais novas?
FRANÇA: A bibliografia sobre o impacto da América no Velho Mundo é enorme. Mas há, basicamente, duas vertentes. A continuista sustenta que as bases da cultura europeia estão na Idade Média e em seus desdobramentos, mas que a América tem pouco papel. Uma segunda vertente acha que não, que essa influência é decisiva e muda o panorama do pensamento europeu. Segundo essa linha, a Revolução Francesa só foi possível porque a América introduziu a ideia de liberdade, um conceito que veio das comparações.
Que tipo de comparação?
FRANÇA: Como o europeu via o índio? Como um bárbaro. Mas, ao mesmo tempo, como integrante de uma sociedade igualitária, em que todos tinham comida. Essa comparação moldou o imaginário de contestação da Europa. A América diversifica o mundo, o mundo passa a ser outro depois da América.
O Novo Mundo foi inventado pelos olhos do Velho Mundo?
FRANÇA: Filhos tortos ou não, somos filhos da cultura ocidental. Podemos reclamar nossa singularidade, mas somos filhos dessa cultura.
DESFILE DA escola de samba São Clemente: a imagem do povo festeiro, preguiçoso e libidinoso se cria nos relatos europeus
ENTREVISTA
Jean Marcel Carvalho França
Jean Marcel Carvalho França
Uma terra fértil, um clima ameno. Mas colonos preguiçosos, indolentes, libidinosos. Esta é a imagem do Brasil e de seus habitantes forjada entre os séculos XVI e XVIII por viajantes europeus e, posteriormente, perpetuada pelos próprios brasileiros, segundo o historiador Jean Marcel Carvalho França, da Unesp, que está lançando “A construção do Brasil na literatura de viagem”. Fruto de uma pesquisa de quase 20 anos, o livro reúne relatos de 117 viajantes ingleses, franceses, alemães, italianos e holandeses que estiveram no país entre 1591 e 1808. Diferentemente de outros livros, o trabalho de França é baseado também em textos até então pouco conhecidos por aqui, e não apenas nas tradicionais narrativas do alemão Hans Staden e do francês Jean de Lery. Foi a partir dessas histórias, muitas vezes repetitivas, acredita França, que os europeus construíram uma imagem do país. E, como mostra o historiador nesta entrevista, não importa muito se é verdadeira ou não. O fato é que os brasileiros a adotaram como uma definição possível e a perpetuaram.
Roberta Jansen
roberta.jansen@oglobo.com.br
O GLOBO: Qual a imagem do Brasil e dos brasileiros que emerge dos relatos de viagem?
JEAN MARCEL CARVALHO FRANÇA: Os relatos são muito repetitivos, respondem a um mesmo padrão. A repetição é valorizada nesse tipo de relato. Viajantes tendem uns a lerem os outros, formando uma espécie de discurso único. Desse discurso vai emergir um Brasil bastante característico, que varia muito pouco ao longo desse período. De um lado, temos uma natureza, sempre muito pródiga, um solo promissor desde que devidamente explorado, um clima que não impõem o rigor da Europa. Com essa natureza pródiga, um clima ameno, há condições para uma vida agradável, economicamente boa. Por outro lado, aparece a grande mácula do Brasil: o colono. Ele é preguiçoso, não tem apreço pelo trabalho, é dado à luxúria, é ciumento. Isso faz com que a terra, tão pródiga, seja inexplorada, não renda o que poderia render. É a natureza pródiga contra o colono sem muitas virtudes.
A noção de paraíso é recorrente?
FRANÇA: Isso é muito forte na literatura do século XVI em algumas partes da América. O Sérgio Buarque de Holanda, estudando relatos da América como um todo, cunhou essa ideia. Mas, se pegar os relatos do Brasil, essa noção de paraíso aparece indiretamente nos relatos de (Américo) Vespúcio (se há um paraíso, é o mais perto que se pode chegar). A migração da ideia do paraíso bíblico para a América praticamente não aparece nos relatos referentes ao Brasil. E os textos que falam da colonização, já lidam com essa ambiguidade do solo pródigo e o colono que não trabalha. Há sempre esse contraponto entre o bem feito da natureza e o mal feito dos homens.
Terra boa e colono ruim, preguiçoso, libidinoso. Até que ponto nós mesmos perpetuamos essa imagem?
FRANÇA: Esse é um fator muito importante, talvez o mais importante do livro. Quando formamos nossa cultura ao longo do século XIX, nós importamos na formação de nós mesmos uma série dessas ideias. Homens de cultura, de formação europeia, viajantes que passaram posteriormente pelo Brasil já trazendo ideias dos viajantes anteriores, como Debret, foram professores de vários integrantes da primeira elite intelectual brasileira. Eles tiveram uma influência enorme e incorporamos essas ideias na definição que fazemos de nós mesmos. Às vezes é sutil, às vezes tem o sinal invertido. Mas o fato é que certas características atribuídas a nós tiveram vida muito longa em nossa cultura.
Como se deu esse processo?
FRANÇA: O conceito de civilização do século XIX é uma ideia de civilização europeia. Romances do seculo XIX, por exemplo, mostram o povo pouco trabalhador, dado a vícios, que precisa ser europeizado. Os romances são pedagógicos, ensinam a ser um cidadão civilizado para que não se caia na barbárie. Romances do Jorge Amado perpetuam estereótipos da literatura de viagem, como a sexualidade do povo, uma marca muito forte, ou o que chamam de luxúria, os excessos da carne, as mulheres promíscuas, a moralidade fluida no que diz respeito ao sexo. Algumas dessas marcas surgem com sinal invertido, como a mestiçagem positiva em Gilberto Freyre. O que nós somos, em parte, foi formado fora daqui. Uma parte de nossa autoinvenção nos escapa, foi inventada em outro lugar, na Europa, ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII.
Mas por que especificamente essa imagem do sujeito preguiçoso, libidinoso? Há como sabermos até que ponto isso corresponde à realidade?
FRANÇA: Há uma larga tradição de dizer que se trata de uma visão eurocêntrica. Óbvio que é eurocêntrica; se fossem viajantes chineses, seria sinocêntrica. E quando vamos a Portugal, levamos nossa visão brasilocêntrica. Mas podemos contrastar com outras perspectivas. Os relatórios de jesuítas também apontam excessos na questão da sexualidade, mas isso tampouco quer dizer que sejam verdadeiros. No fim, isso não importa. O que importa são as impressões sobre o real. Nesse espaço, as narrativas são muito poderosas na formação do senso comum sobre os brasileiros.
De que forma?
FRANÇA: Somos uma democracia racial de índios, negros e brancos? Não sei. Mas o fato é que esta noção é absorvida até por comercial de cerveja. É verdadeira ou não? É um pouco tarde para isso, já agimos como tal. A cultura não é uma busca por justiça e verdade. Não é iluminista. São verdades brigando para se imporem umas às outras. E quando uma se impõe e a absorvemos, ela ganha estatuto de verdade, se torna importante na formação da cultura. Quando falo da construção do Brasil, correspondendo ou não à realidade, existe um impacto de como os europeus e nós mesmos vamos lidar com isso; essa verdade condicionou nossas ações, começamos a agir daquela forma efetivamente. Agora, poderíamos nos perguntar: essas ideias têm um lastro no real? Lógico que têm. Se fossem de ponta-cabeça, nossa perspectiva do mundo seria outra.
O europeu ainda tem essa imagem do Brasil? E nós?
FRANÇA: Não completamente. Há perdas, mudanças, transformações. O jogo hoje é um pouco diferente. O Brasil não é um país semi-bárbaro, temos uma presença no mundo, um futuro promissor. Mas há traços profundos. Outro dia, vi uma matéria numa revista de turismo americana muito bem editada, com boas fotos. Mas ela tratava o Rio de forma similar à uma narrativa do século XVIII, sobretudo no que dizia respeito à sexualidade das mulheres cariocas. O texto dizia que era certeza o homem ‘se dar bem’, que as mulheres adoravam ‘se atirar aos estrangeiros’ e que eles, na verdade, teriam dificuldade de escolha.
E qual era a imagem dos portugueses a respeito dos brasileiros? Por que os relatos deles ficaram de fora do livro?
FRANÇA: Deixei propositalmente de fora. Primeiro queria falar da construção do Brasil pelos estrangeiros; e, agora, pela literatura portuguesa no mesmo período. Pelo menos 80% dos textos em que há menções ao Brasil são sermões, panegíricos fúnebres, textos dessa natureza. A maior parte só foi publicada uma única vez, em edição simples, e não teve circulação grande. Por isso, o impacto da literatura de língua portuguesa sobre imaginário europeu é mínimo, mesmo sobre os próprios portugueses.
Mas a carta de Caminha não seguiria um pouco a tradição dos relatos dos outros europeus?
FRANÇA: De certa forma. Não tem paraíso, tem clima ameno, natureza verdejante, algumas impressões parecidas. Mas não chega aos pés das primeiras impressões do (Cristóvão) Colombo, que viu uma uma série de coisas mais reluzentes, como sereias. Era um cara culto, que projetou o que tinha lido. Caminha era um escrivão da armada, não um cara culto, não tinha muitas referências.
Esses relatos influenciam a própria literatura, como Robson Crusoé. Isso ajuda a propagara as imagens?
FRANÇA: Claro, até porque, muitas vezes, creio eu, o leitor não distingue uma coisa da outra. Vai ler o Robson Crusoé como um outro relato qualquer.
Como os relatos influenciam os europeus, que passam a se ver em contraste a um povo sem violência, com possibilidades morais novas?
FRANÇA: A bibliografia sobre o impacto da América no Velho Mundo é enorme. Mas há, basicamente, duas vertentes. A continuista sustenta que as bases da cultura europeia estão na Idade Média e em seus desdobramentos, mas que a América tem pouco papel. Uma segunda vertente acha que não, que essa influência é decisiva e muda o panorama do pensamento europeu. Segundo essa linha, a Revolução Francesa só foi possível porque a América introduziu a ideia de liberdade, um conceito que veio das comparações.
Que tipo de comparação?
FRANÇA: Como o europeu via o índio? Como um bárbaro. Mas, ao mesmo tempo, como integrante de uma sociedade igualitária, em que todos tinham comida. Essa comparação moldou o imaginário de contestação da Europa. A América diversifica o mundo, o mundo passa a ser outro depois da América.
O Novo Mundo foi inventado pelos olhos do Velho Mundo?
FRANÇA: Filhos tortos ou não, somos filhos da cultura ocidental. Podemos reclamar nossa singularidade, mas somos filhos dessa cultura.
O Globo
26/05/2012
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