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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cauby Peixoto: um homem de musicalidade




Atualmente com um tom manso e poucas gesticulações em cena, o cantor vive meses de intensa produção

Aos 80 anos de vida, dos quais 60 dedicados à carreira profissional, Cauby Peixoto é um homem que mantém pulsante sua grande paixão: a música. Atualmente com um tom manso e poucas gesticulações em cena, o cantor vive meses de intensa produção. Entre ensaios e gravações, se dedica diariamente à coletânea “Cauby, o Mito – 60 anos de música”, a ser lançada nos próximos dias, com três CDs – “A Voz do Violão”, “Caubeatles” e “Cauby ao vivo – 60 anos de música”, trabalho que também será apresentado em DVD.

Também nessa agenda de muito trabalho, Cauby mantém uma agenda de shows, com destaque as apresentações no Bar Brahma, todas as segundas-feiras. A casa localizada na imortalizada esquina das Avenidas Ipiranga com São João, tem casa lotada nas apresentações de Cauby, que ao longo de quase 90 minutos de apresentação passeia por grandes sucessos de sua carreira, e garante os aplausos do público das várias gerações.

Nascido em 10 de fevereiro de 1931, no Rio de Janeiro, Cauby Peixoto cresceu ladeado de musicalidade, pois sua família era composta por artistas, fato que também o levou à música. Seu primeiro trabalho é datado de 1951, um ano antes de sua contratação pela rádio Nacional, em meio aos festejos carnavalescos. Na época, o cantor foi convocado para gravar seu primeiro 78 RPM. Do lado A, registrou o samba “Saia Branca”, de seu cunhado Geraldo Medeiros, em parceria com Haroldo Lobo. Na outra face, gravou a deliciosa marchinha “Ai, que Carestia”, de Vitor Simon e Liz Monteiro.e desde então não parou de cantar. “Um casamento com a música”, afirmou o cantor, durante um rápido bate-papo telefônico com a reportagem do Shopping News, na véspera o último feriado.

Ainda dono de um vozeirão, entre uma pergunta e outra Cauby cantarolou sucessos de sua carreira, além de lembrar um pouco sobre essa história de sucesso. Também destaca o trabalho dos artistas da nova geração, comenta sobre a música popular brasileira atual, e revela com, exclusividade, seu próximo projeto: cantar Nat King Cole.

De onde vem a veia musical do carioca Cauby?

Meu pai era o violonista cadete. Minha mãe tocava bandolim. Meus irmãos também se dedicaram à música: Moacyr Peixoto, ao piano; Arakén Peixoto, ao trompete; e Andyara, com a voz. Acredito que deste contato surgiu essa ligação com a música.

E como foi conviver e crescer neste ambiente?

Foi muito bom. Eu aprendi muito com o meu irmão, pois ele era um grande pianista. Aprendi com ele a cantar muito melhor. Minha família me ensinou a ser um artista.

Você nasceu no Rio de Janeiro, mas trocou a cidade maravilhosa pela capital paulista. Como aconteceu esse casamento?

Morei em São Paulo por um tempo e gostei deste clima de cidade metrópole. Me dei muito bem nessa terra e optei em morar aqui. São Paulo me ofereceu muitas oportunidades e tenho muito a agradecer a esta cidade, aos paulistanos.

Dentre os grandes amigos de Cauby, está o Di Veras, um grande nome do cenário musical. Comente sobre esta amizade e a importância dele em sua carreira?

Minha amizade começou na apresentação em uma boate. Ele gostou da minha voz e me ensinou a cantar melhor. Ele me deu um empurrão na carreira. Ele representa para mim uma pessoa de alta confiança, um conhecedor de música que me ensinou muito.

E sua passagem pela Rádio Nacional, como foi?

Acontece no início dos anos 50. A Rádio Nacional era o veículo de grande audiência no País. Lá cantei junto com grandes cantores da época como a Emilinha Borba, Silvio Caldas...

Essa história pode ser vista no musical “Cauby, Cauby”, com Diogo Vilela. Como foi a emoção desta homenagem, pois me recordo da sua presença no teatro na noite de estreia.

Foi uma coisa de louco. Algo grandioso. Sei que o Diogo Vilela fez com grande amor, com toda a sua arte e talento. E todos aplaudiram o espetáculo.

A emoção é a mesma para a homenagem que será lançada no cinema, com um longa produzido e dirigido por Nelson Honeiff?

Será sim. [Começaria tudo outra vez, se preciso fosse meu amor, a chama em meu peito ainda queima...]. Sei que o material será apresentado no próximo ano.

Qual foi o grande sucesso de sua carreira?

A canção “Conceição” foi o grande sucesso da minha carreira.

Comente sobre a questão de sua vaidade, pois todos sabem que essa é uma característica do Cauby.

O artista precisa ser vaidoso, pois depende do público, do assédio, das fãs. Deve ter vaidade sim. Sempre tive essa marca e vou mantê-la.

Nestes 60 anos de carreira, quais foram as grandes mudanças ocorridas no segmento musical?

Posso dizer que não mudou muito. Continua com seu lado de romantismo e com vozes fantásticas.

Quais foram os cantores que te serviram de inspiração e quais são os que acompanha neste novo momento da música?

No passado escutava muito Nelson Gonçalves, Jorge Gourlar. Hoje escuto muitos jovens cantores, mas destaco a musicalidade do Jorge Vercillo e do Luan Santana. Gosto do estilo e das músicas destes rapazes.

Você está há quase nove anos com uma aplaudida temporada no Bar Brahma. Como é essa acolhida dos paulistanos?

É muito bom. Canto meus sucessos e outras canções que mar. Adoro o local e o público.

Sinatra, Roberto Carlos, Beatles, entre outros nomes foram cantados por você. Qual será o próximo nome a ser homenageado?

Será o Nat King Cole.

fonte : panorama

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